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Muito se tem discutido sobre a avaliação no contexto escolar, devido as suas variadas aplicabilidades e inserções no contexto educativo. Ter uma formação que prepare o educador para privilegiar um processo avaliativo voltado para a definição de finalidades e objetivos constitui-se em um desafio na educação no Brasil.
Perrenoud (1993) afirma que mudar a avaliação significa provavelmente mudar a escola. Automaticamente, mudar a prática da avaliação nos leva a alterar práticas habituais, criando inseguranças e angústias, e este é um obstáculo que não pode ser negado, pois envolverá toda a comunidade escolar.
De acordo com o caderno impresso, não podemos discutir essa temática de forma isolada, mas sim com foco na prática pedagógica, uma vez que ambas são indissociáveis.
A prática pedagógica, amparada em um dado conceito de educação, que determina o tipo de avaliação da aprendizagem adotada.
O ideário de escola que se pretende na atualidade prioriza uma concepção de educação voltada para a transformação, e não para a permanência de uma pedagogia conservadora, o que aponta para um repensar sobre os processos avaliativos.
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A pedagogia conservadora, em seu caráter tradicional prioriza a avaliação dos conteúdos livrescos. Desta maneira, sua avaliação terá como objetivo principal medir o quanto o aluno assimilou dos conteúdos trabalhados e o quanto não conseguiu assimilar.
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A pedagogia transformadora apresenta nas suas práticas pedagógicas a pedagogia libertadora, que apresenta subjacente à sua teoria a formação da consciência política, de uma avaliação antiautoritária. A avaliação tende a ser construtiva e passa a se caracterizar como diagnóstica, processual e contínua. E, sendo assim, ela ganha o sentido de processo contínuo e formativo, que funciona como diagnóstico para o professor e para o estudante, e orienta novos encaminhamentos para o processo de ensino e de aprendizagem.
Tendo como referência esses conceitos, vamos refletir sobre a imagem a seguir.
Podemos dizer que a ação docente neste cenário contribui para a construção de sujeitos críticos e participativos do ato de aprender?
Tais questões possibilitam um repensar a avaliação que representa também um repensar a prática educativa em sala de aula, reconhecendo-a como um processo que não se limita a uma ação mecânica baseada em contabilização de notas. A avaliação nessa perspectiva que volta-se para a análise da trajetória do estudante e busca apontar como os processos de ensino-aprendizagem ocorreram.
Sobre este assunto, Luckesi (1995) nos diz que
A avaliação educacional, em geral, e a avaliação de aprendizagem escolar, em particular, são meios e não fins, em si mesmas, estando assim delimitadas pela teoria e pela prática que as circunstancializam. Desse modo, entendemos que a avaliação não se dá nem se dará num vazio conceitual, mas sim dimensionada por um modelo teórico de mundo e de educação, traduzido em prática pedagógica (LUCKESI, 1995, p. 28).
Nesse sentido, faz-se necessário que a ação docente seja permeada por um conhecimento aprofundado sobre a realidade educativa, o que propiciará o estabelecimento de uma concepção de avaliação voltada para as perspectivas do educando. Essa ação se traduz em um trabalho pedagógico dinâmico, criativo e inovador voltado para práticas transformadoras.
Para Oliveira (2003), devem representar as avaliações aqueles instrumentos imprescindíveis à verificação do aprendizado efetivamente realizado pelo aluno, ao mesmo tempo que forneçam subsídios ao trabalho docente. Nessa perspectiva considera-se que uma avaliação da aprendizagem deve considerar os seguintes pontos:
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Para a abordagem de tais pontos, são necessários questionamentos fundamentais que conduzem à uma prática pedagógica emancipatória que tenha parâmetros de análises, uma avaliação de caráter investigativo e processual, quais sejam:
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Nessa perspectiva, o erro não pode ser passível de punição e o trabalho pedagógico direciona-se para o alcance dos objetivos propostos, considerando o aluno protagonista do processo educativo.
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Para saber mais sobre a avaliação na formação do professor, faça uma leitura na íntegra da Unidade 3 do nosso caderno impresso! |
Caro (a) Aluno (a),
Neste momento, precisamos que você traga para o debate os conceitos de aprendizagem e avaliação que você elegeu no início dos estudos e, como tarefa, a partir desse debate, produza um texto com aproximadamente 20 linhas, evidenciando a relação entre aprendizagem e avaliação. Não se esqueça de fundamentar seu posicionamento, levando em consideração os estudos já elaborados.
Acesse o ícone para visualizar aTarefa.
Referências
LUCKESI, Cipriano C. Avaliação da aprendizagem escolar. São Paulo: Cortez, 1995.
OLIVEIRA, I. B. de (2003): Currículos praticados: entre a regulação e a emancipação. Rio de Janeiro: DP & A. Disponível em http://www.gestiopolis.com/canales5/fin/avalica.htm. Acesso em 20 de fevereiro de 2013.
PERRENOUD, P. Não mexam na minha avaliação! Para uma abordagem sistêmica da mudança pedagógica. In: NÓVOA, A. Avaliação em educação: novas perspectivas. Porto, Portugal: Porto Editora, 1993.
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